Carta de Indignação

Chamo-me Clerion Pires, tenho 29 anos, comerciário, casado com residência em Sapucaia do Sul/RS.
Passei uns anos sem motocicleta, pelo fato de ter outras prioridades abdiquei por um tempo de motos.
Passou um tempo e as coisas financeiramente melhoraram, eu tinha vontade de comprar novamente uma moto, depois de vender minha CB 500 que me acompanhou anos por várias estradas, viagens e situações de amor e ódio em cima de duas rodas.
Tinha como opção comprar outra moto de 500cc, porém minha situação financeira não permitia partir para motos de tal cilindrada. Comecei então a pesquisar as motos de 250cc, Twister, Fazer e Comet 250. Em minhas pesquisas observei sempre os fatores de consumo, manutenção, pós - vendas, depreciação e custo da moto.
Aproveitei-me de fazer parte do Orkut e comecei minhas pesquisas dentro das comunidades de tais motos. Cada uma tinha lá os tópicos de defeitos, qualidades, autonomia, velocidade final e etc...
Optei então por comprar uma Fazer por se enquadrar mais no meu propósito de gasto, porém, um dia antes de fechar o negócio fui até a Autosul em Porto Alegre na Av. Sertorio,  fui recepcionado pela vendedora Michele, que mostrou-me todas as inovações, qualidades e beleza da Comet 250, conseguiu então me convencer à não fechar o negócio na Fazer 250.
Minha profissão é de pintor/personalisador de motocicletas, possuo minha oficina instalada dentro da Duaction Suzuki em Porto Alegre. Devido à loja manter contato com várias revendas dentro do estado, fiquei sabendo que a revenda de Pelotas tinha uma Comet 250 amarela, com preço especial.
No dia 01/02/2006 foi entregue a moto para mim e retornei para minha casa em Sapucaia do Sul no dia 02/02/2006. Desde então começaram meus problemas. Aos 300 km percorridos, já em Porto Alegre, quase sem combustível, me vi obrigado a ter que arrombar a tampa de combustível, pois tal não abriu de nenhuma forma, devido um defeito interno.
A vibração do motor era tamanha que adormecia os braços ao pilotar a motocicleta. Quando mostrei a moto a minha família, de cara eles viram alguns defeitos: como a lente do farol que criou bolhas devido o aquecimento da lâmpada, o cano de escapamento estava perdendo a cor preta original, o tanque em alguns locais apresentava sujeira no verniz que dava um aspecto áspero e de má qualidade.
Entrei em contato com a Autosul, conversei em primeiro com a vendedora Michele, pedindo-lhe desculpas por não efetuar a compra com ela e prontamente me falou que não havia mágoa, pois era um negócio inviável para a loja, então perguntei se conseguiria efetuar as revisões do manual e garantias, e a resposta que foi dada positivamente por ela e pelo Diretor da Autosul Sr. Giovani.
Então mostrei - lhe tudo o que tinha ocorrido. Foi marcado então um retorno no dia 15 de Fevereiro que juntamente com a revisão dos 1000 km seria encaminhado às garantias.
Relatei ao atendente Ricardo tudo o que tinha a moto e falei para que fizesse serviços como limpeza de carburação, ajuste, enfim, deixar a moto excelente, e me propus a pagar o serviço, pois sabia que a garantia não cobriria tais manutenções.
Retirei a moto alguns dias depois. Questionei se haviam feito tudo o que tinha relatado sobre os defeitos, e o atendente Ricardo me disse que sim e que não haveria nenhum custo, pois era revisão de 1000 km.
Como a moto havia saído da revenda de Pelotas desajustada fizeram como cortesia. E aparentemente a moto saiu melhor.
Tirei alguns dias de férias e no retorno havia programado uma viagem com minha esposa ate a cidade de Butiá – RS (04/03/06), ao qual marquei com o pessoal do moto grupo Parceiros da Estrada.
Ao pegar a Br 290 começou os problemas, a moto não desenvolvia, falhava, e não conseguia imprimir mais que 60 km/h, até que parou de vez na estrada, deixando todos nós apreensivos, logo se formou um acúmulo grande de motociclistas na beira da BR 290, pois como trabalho com motos muitos me conhecem, e lá escutei todo o tipo de piada como:
- Viu! Falei-te para comprar uma moto!!! E de cabeça quente, mas pensamentos tranqüilos, falei com o mecânico da Autosul o Júlio, que me sugeriu que poderia ser o sensor do pé de descanso lateral, desliguei-o como fui orientado, mas nada adiantou.
Fui até o encontro e aproveitei, e pelas 17 hs retornei para minha casa com o mesmo problema em velocidade de 60 km/h, os Parceiros da Estrada vendo minha situação ficaram juntos me apoiando.
No mesmo dia, Domingo à noite telefonei para o Fábio, mecânico experiente, o mesmo me disse com toda certeza que minha moto estava desregulada e com problemas de carburação, confiei-lhe para que fizesse o que fosse necessário, e ele o fez.
Hoje a moto está muito boa até de por inveja a quem tem moto de 500 cc.

Resumindo: 

Abri mão da garantia fazendo com outro mecânico, pois a carburação não havia sido feita tendo até peças entupida dentro do carburador, um dos cilindros estava fora de ponto e a equalização por conseqüência estava desajustada.
-         Hoje 15 de Março está fazendo exatos 30 dias que fiz a revisão, e foi pedido a troca da tampa de combustível, que tive que abrir “na marra” para abastecer a moto. E o que me informam sempre que ligo é que na semana que vem irão me telefonar para confirmar a chegada da peça, enquanto isso não posso sair em dias de chuva, pois pode entrar água dentro do tanque, além de perda de combustível por evaporação.
-         Meu farol está ainda com o bloco ótico queimado sem nada solucionado.
-         Por desanimo, resolvi solucionar temporariamente a pintura do tanque com um polimento. Os adesivos do tanque ao deixá-la no sol começaram a descolar e tive que retirá-los.
-         Notei que meu guidon é torto de fábrica, ao comunicar o fato, fui informado que se a concessionária passar todos os defeitos da motocicleta que a garantia tem por obrigação cobrir, a Kasinski, não resolveria nenhum, pois não admitem que a moto tenha tantos defeitos!
-         E o gasto extra que tive ao arrumar a moto?
-         Acho que como pessoa profissional do meio e formador de opiniões, a Kasinski não deveria deixar que suas motos saíssem de fábrica com tais defeitos, onerando assim suas concessionárias.
No aguardo de soluções, atenciosamente.

Clerion Pires Silveira

Veja as fotos da moto tiradas em 24 de março de 2006

Nota: este site abre espaço aos envolvidos ao devido direito de resposta sobre o assunto